domingo, 20 de outubro de 2019

Do poetizar II



Sempre há um motivo
Para o poeta se inspirar.
A linguagem é infinita...
É preciso que ele insista
Em continuar no mundo
De jogos e sentido
Da língua que perpassa
A diversidade de gerações.

É para quebrar as barreiras
Da resistência à beleza,
Que a poesia em nós
Sensibiliza e traz clareza
Aos olhos que divagaram.
Olhos que se perderam
Com coisas que não param
De cegar o tempo deles.

Ah... Quanto devo à poesia?
O preço da liberdade...
Ela vem para desvendar
Aqueles olhos acostumados ao escuro.
Faz renascer o calor do dia
Para secar o sereno que esfria.
Faz reviver a dor da verdade,
Tirando a maquiagem da hipocrisia.

Lucas Costa.

Silêncio


É o silêncio da noite
Que dá vazão às minhas ideias...
É o silêncio que me ensina
A calmaria do luar.
É linguagem, fala mais que palavras.
É a água que apaga
As labaredas aguerridas da discórdia.
Nesses casos,
O silêncio é sabedoria
Revestida de poesia.
...É o esplendor da simplicidade
Que vence o alarido da dor
Cobrindo a face de mistérios
Que só podem ser entendidos
Com o transcender do olhar.

Lucas Costa.

Sono



Necessário é o sono...
Uma força que surge
Fechando os olhos físicos...
Ela expõe a falta de energia
Para manter ativo o raciocínio.
Diante das páginas
De argutos escritores,
Da perspicácia
Que me exige acordar...
Paulatinamente, tento a vista
Na escrita firmar
Mas a cabeça cai...
Deito-me
E adentro aos olhos do sonho.

Lucas Costa.

Numa onda de poesia VI


Ele entra nessa onda, a sexta...
Em meio à multidão como areia
Mergulha e sente o movimento
Água cristalina causando a cheia!

Cheia de ideias polidas
Provocadora de emoções.
A onda anda na lida
Contra as insensibilizações.

...De quem é a onda?
Daqueles que se permitem à essência
Que as vaidades, aplaca...

... E quem faz a onda?
Ela é movida pelos poetas da existência
Que espumam a ressaca...

Lucas Costa.