segunda-feira, 9 de abril de 2018

Muda mudança, muda!


Muda mudança...
Que tece em silêncio,
Tece com linhas finas
Sincera lembrança,
Um tecido imenso
Que carrega rasgos,
Que com teus afagos
Nem o tempo alcança!

Muda mudança...
O teu caminho
De lentos passos
Emaranhado de percalços,
Cria calos, cria rugas
E se olho para trás...
Teus resultados se desvelam
Discretamente assaz!

Muda mudança!
Anda contigo um sentido
Que aflora a saudade,
Imanente ao ser que sente
Já não ter a mesma idade!
Vês que fase reluzente
É a da muda ou semente
Que já é agora árvore...

Muda, mudança!
Embranquece aqueles fios...
Vês que tudo é vaidade!
Vês que tantos desafios
Transpassados, enfrentados...
Dança agora o passado
De quem há um tempo
Não desejava mudança.

Muda, mudança!
Muda a última flor do Lácio
Que desabrocha e perfuma
E ao perfumar, mais avança!
Quem a cultiva que assuma
Suas pétalas nascentes,
Que são seus ‘presentes’
De híbrida esperança.

Muda mudança, muda!

Lucas Costa


"Quando a dor de não estar vivendo for maior que o medo da mudança, a pessoa muda." - Sigmund Freud